Em SC, 11 crianças e três bebês aguardam por UTIs: ‘Tô sentindo que vou perder meu filho’

 A reportagem a seguir é uma reprodução de publicação do portal ND+, mostrando que as vagas de ocupação de leitos de UTI pediátricos e neonatais estão praticamente no limite máximo.

João Vitor Cândido tem 1 ano e 4 meses e aguarda transferência para um leito de UTI neonatal no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, desde segunda-feira (23) pela manhã, de acordo com o pai Cesár Cândido.

Em SC, 11 crianças e três bebês aguardam por UTIs – Foto: César Cândido/Divulgação/NDEm SC, 11 crianças e três bebês aguardam por UTIs – Foto: César Cândido/Divulgação/ND

Hoje, o bebê está internado na UTI do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão, onde foi levado na sexta-feira (20), após sofrer queimaduras de primeiro e segundo grau em um acidente doméstico.

“Segundo a médica responsável, ele tem que ser transferido para Florianópolis, porque vai precisar fazer enxerto no braço, na orelha, e lá é um hospital de referência com queimaduras”, explicou o pai.

Ele também informou que o quadro de saúde do filho é grave. “Tem várias autoridades se mobilizando, mas ainda não conseguimos essa transferência. Isso está me dando um desespero. Estou sentido que vou perder meu filho. A saturação dele já caiu duas vezes nas últimas horas, e ele segue no oxigênio”.

Em contato com a reportagem, a SES (Secretaria de Estado da Saúde) informou que a regulação do Estado já está acompanhando o caso e trabalhando para realizar a transferência de João.

Segundo a pasta, além de João, há outros dois bebês aguardando transferência para um leito de UTI neonatal no Estado, sendo dois deles para atendimento especializado.

Ao NDMais, a Secretaria também informou que nesta terça-feira (24) há 11 crianças em busca por um leito de UTI no SUS, junto à CERIH (Central Estadual de Regulação de Internações Hospitalares).



Taxa de ocupação nas UTIs

Santa Catarina está próxima de atingir a capacidade máxima de ocupação de leitos de UTI fornecidos pelo SUS do tipo pediátrico e neonatal, como mostra o painel de leitos, atualizado na manhã desta terça-feira (24), pela SES.

Conforme os gráficos, a taxa de ocupação de leitos de UTI pediátricos é de 94,9%, em Santa Catarina, ou seja, de 98 leitos ativos, somente cinco estão disponíveis e ficam concentrados na região Vale do Itajaí, onde há o menor índice de ocupação no Estado com 76,19%. As outras seis regiões apresentam lotação máxima.

A situação dos leitos de UTI Neonatal também é preocupante. A taxa de ocupação é de 95,2%. Dos 211 leitos ativos, apenas dez estão disponíveis, sendo oito em hospitais do Planalto Norte e Nordeste, um no Vale do Itajaí e um no Meio-Oeste e Serra catarinense

Já as regiões da Grande Florianópolis, Grande Oeste, Foz do Rio Itajaí e Sul catarinense atingiram a capacidade máxima de atendimento nesse tipo de leito.

O que diz o Estado

O governo do Estado, por meio da SES, informou em nota, que está empenhado em garantir o atendimento pleno aos pacientes pediátricos.

Isso diante do momento sazonal de aumento de casos de doenças respiratórias, que provocam grande demanda de leitos hospitalares infantis, causando sobrecarga no sistema de saúde.

“Inclusive, em caráter emergencial, o Estado já está em contato direto com os hospitais que possuem leitos pediátricos, evidenciando esforços comuns na busca da ampliação das vagas já existentes. Em complemento à ação, constrói a possibilidade de abrir novos leitos pediátricos e neonatais em unidades com UTIs adultos.”, diz a nota.

Ainda assim, a pasta alertou e solicitou o empenho da população catarinense sobre a importância das medidas de prevenção e proteção contra doenças respiratórias nas crianças, em especial contra a gripe (influenza) e também da Covid-19.

A Secretaria Estadual de Saúde orientou também para que as famílias procurem sempre, inicialmente, o atendimento para os pacientes pediátricos junto às unidades básicas de saúde.

https://ndmais.com.br/saude/em-sc-11-criancas-e-tres-bebes-aguardam-por-utis-to-sentindo-que-vou-perder-meu-filho

REDAÇÃO JIRIOMAFRA

É uma situação dramática e lamentável, o que demonstra mais uma vez a falta de planejamento e ação governamental. Se panorama da Saúde Pública em SC está chegando a esse ponto, não devemos nem imaginar a hipótese de um novo “surto pandêmico”.

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