MAIS MÉDICOS – Prefeitos não investiram na contratação de novos profissionais, em Mafra e Rio Negro

PREFEITO WELLINGTON BIELECKI PRIORIZOU CARGOS POLÍTICOS

Prefeitos de quase todo o Brasil estão transformando o cenário da Saúde Pública num grande drama local, com o fim do Programa Mais Médicos, anunciado pelo governo federal. O Programa, em resumo, representa o fim do acordo do governo brasileiro com o governo cubano, firmado pela então Presidente Dilma (PT), que colocou centenas de médicos cubanos para atuar no SUS, junto às prefeituras.
Ocorre, porém, que nos últimos anos, os prefeitos em geral praticamente não investiram na contratação de novos ou de mais médicos para atuar no atendimento da população, em âmbito municipal.
O Prefeito de Mafra, Wellington Bielecki, alega que o Município será o mais prejudicado, com o fim do Mais Médicos, porque vinha contando com mais de 10 médicos do programa atuando nas unidades básicas de Saúde local, e que agora estão ficando descobertas pelo serviço desses profissionais.
Sendo assim, o que vai ocorrer na prática, daqui para frente (e não se sabe até quando) é que o atendimento do SUS, que já era insatisfatório e deficiente, vai piorar. Ou seja, muitas unidades básicas de Saúde não terão médicos nem mesmo para garimbar uma receita de rotina, para casos simples, desde uma viroso corriqueira.
E cabe observar que a maioria dos médicos do Programa do governo federal vieram para Mafra através de convênios firmados na gestão do Prefeito anterior. Mas, mesmo assim, Mafra já tinha deficiência de profissionais médicos na área de clínica geral e principalmente na área de médicos especialistas.
Por que dizemos que o atual Prefeito não investiu em contratação de médicos? Porque isso é público e notório. Quem vai ou precisa ir às unidades de saúde do Município sabem dessa realidade.
E, também, porque sabemos que a maior preocupação do atual Prefeito, desde que assumiu o poder em julho de 2015, foi preencher cargos comissionados (via indicações ou apadrinhamentos políticos). Tanto que no início de 2017, promoveu uma “reforma administrativa” com essa intenção, através da qual a Câmara de Vereadores (por maioria de votos) aprovou às pressas projeto de lei dando autonomia para o Prefeito ampliar o número de cargos comissionados, e ainda aumentar os salários dos contratados, sendo alguns em quase 100%.
Pode-se afirmar que o Município tem hoje muitos desses cargos comissionados sem nenhuma necessidade. Só para dar um exemplo prático, apenas com um desses cargos (na faixa de R$ 10 mil/mês), a Prefeitura poderia contratar e/ou manter praticamente dois médicos. Mas não é apenas um cargo comissionado que o Prefeito poderia ter deixando de nomear.
Fazemos essa comparação, porque o motivo alegado para não contratar médicos e outros profissionais que de fato prestariam serviços de real necessidade e interesse da população, são de ordem financeira. E se, portanto, são esses, por que não reservar ou priorizar os recursos para as reais prioridades?



Nessa linha de alegações do Prefeito, pode ser citado também o caso de um único secretário municipal que custa cerca de R$ 30 mil/mês (o que seria cerca de R$ 400 mil/ano), e cujo salário poderia ser dividido para pagar 3 ou 4 médicos a mais. Há necessidade de se manter esse secretário, que tem vínculo político com o Prefeito, mas que tem vínculo contratual com o governo do Estado?
E sem falar ainda nas outras gastanças desnecessárias promovidas ou realizadas pelo atual Prefeito. A começar pelos shows nacionais que vêm sendo pagos anualmente como dinheiro público.
Portanto, se falta médicos e melhor estrutura para atendimento no serviço de Saúde Pública, não é especificamente um problema de falta de recursos financeiros. Trata-se de falta de zelo, austeridade, e de gestão efetiva e eficiente desses recursos.

Veja também: SAÚDE PÚBLICA – Rio Negro construiu novos postos… mas faltam médicos

 

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Rio Negro
Em Rio Negro, a situação paralela não é muito diferente. Em matérias anteriores (e recentes), este Jornal apontou a falta de médicos nas unidades básicas de Saúde. Inclusive, mostrando que tem novos postos, construídos na gestão do atual Prefeito, e que ainda não foram sequer abertos para prestar o devido atendimento à população, por falta de profissionais. Em respostas, o Prefeito alegou outros motivos, mas o que existe de fato é a falta de profissionais contratados ou credenciados para prestar esse atendimento.
E isso também acontece em outras unidades de Saúde Básica do Município, que não dispõe inclusive de um médico da área pediátrica para prestar atendimento, entre outros profissionais (oculistas e outros). Isso não é uma mera afirmação aqui da nossa redação. Trata-se de reclamações e constatações, no dia a dia, da própria população.
Nos últimos dias… depois de publicação de matérias no jornal Informação & Negócios e neste site (jiriomafra.com), apontando a falta de médicos em postos de Saúde, a Prefeitura de Rio Negro publicou editais chamando médicos para assumir suas vagas. São médicos classificados em concurso de 2015 e que haviam requerido final de lista: Leandro Yoshinori Moreira… Márcio Luiz Wiedmer Collaço… e Paula Cristina Witt. As principais deficiências ainda são pediatras e médicos especialistas.

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Reprodução Edição impressa do jornal Informação & Negócios 23/11/2018

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