Rio Negro na história… porto de todas as gentes

 

Fotos: Divulgação/reprodução/arquivo

A partir de 1730, o governador da Capitania de São Paulo, D. Antonioda Silva Caldeira Pimentel, determinou que se abrisse uma via de comunicação com Viamão, Capitania de São Pedro, do Rio Grandedo Sul, com o objetivo de alcançar a feira de Sorocaba, em São Paulo.

Surge então a “Estrada do Mota”, numa referência ao seu executor, o curitibano Manoel Rodrigues da Mota, que partiu de Curitiba, cruzou os rios Iguaçu e Negro, abrindo uma picada até o Campos de Lages. Com o passar do tempo esta via teve a denominação alterada para “Estrada da Mata”.

Como se observa, é antiga a movimentação nesta região.O núcleo de colonização que deu origem a Rio Negro, iniciou-se ao redor de um registro fiscal, na região que era conhecida como Sertãoda Mata, ou Mata do Sertão. Esta comunidade vivia em permanente estado de alerta, em face dos constantes ataques indígenas ocorridos. Para dar maior estabilidadeà localidade, D. Francisco de Assis Mascarenhas, governador da Capitania, autorizouo estabelecimento de cinquenta casais de portugueses açorianos, que vieram do Porto de Cima (Morretes).

Em 1828 foi erguida a Capelada Mata do Caminho do Sul,sob a invocação do Senhor Bom Jesus da Coluna. Em26 de julho do mesmo ano, por ofício do Bispo de SãoPaulo, D. Manoel de Andrade, a povoação elevou-se à categoria de Capela Curada.

Nesta época a povoação era conhecida como Capela do Rio Negro. É tido como benemérito e fundador da cidade, o sr. João da Silva Machado, gaúcho que se notabilizou em terras paranaenses, onde entre outras coisas foi o primeiro senador da Província do Paraná e recebeu o título honorífico de Barãode Antonina.

Em 1829 chegaram os primeiros imigrantes alemães ao Paraná, que deram forte impulso ao lugar. Alguns anos após houve imigração espontânea de famílias alemãs das regiões das cidades catarinenses de Joinville, São Bento do Sul, Blumenaue também do Rio Grandedo Sul.

Da Bukovina vieram quinze famílias descendentes de bávaros, que chegaram em 1886.O núcleo é elevado à categoria de freguesia em 1838, e a nível de vila e municípiono dia 2 de abril de 1870, através da Lei Provincial nº219, com território desmembrado do município da Lapa.

A instalação oficial deu-se no dia 15 de novembro de 1870, e a composição dos Camaristas era a seguinte: Comendador João de Oliveira Franco, capitão João Bley, capitãoFrancisco Frade, João Vieira Ribas, tenente Pedro Amálio Ribas, Salvador José de Limae Tibireçá dos Santos Pacheco Lima.

Vapor Pery em 1925

Este barco está atualmente restaurado e exposto em São Mateus do Sul. Data de 4 de fevereiro de1883 a chegada do vapor Cruzeiro ligando Rio Negro a Canoinhas, Porto União da Vitória e Curitiba. Os vapores mais frequentes eram o “Pery”, “Rio Negro”,“Curitiba” e “Iguaçu”.

A navegação do Rio Negro durou até 1953 com a liquidação do Lloid Paranaense. No ano de 1896, o município recebe foros de cidade, e seu primeiro prefeito foi JoaquimTeixeira Sabóia.

Desde oinício de sua colonização, os povoadores de Rio Negro ocuparam ambas as margens do Rio Negro. No entanto, após o acordo na Questão de Limites com o Estado de Santa Catarina,a cidade ficou dividida em duas, de um lado a cidade de Rio Negro e de outro, Mafra.

Rio Negro passou a ser sede de Comarca pela Lei Estadualnº 210, de 1º de dezembrode 1896, sendo primeiro Juiz de Direito, o dr. Augusto Leonardo S. Guarita, cuja posse foi em 6 de janeiro de 1897.

Em Rio Negro existe o Clube de Tropeiros “Estrada da Mata”, que tem por objetivo resgatar a história dos tropeiros e do município, como surgiram, quais os primeiros moradores, sua etnia e manter um relacionamento de confraternização, amizade e lealdade, preservando os costumes e tradição do tropeirismo.

Parque do Seminário
Sede da Prefeitura

Fotos: Divulgação/reprodução/arquivo

O Parque Ecoturístico Municipal ocupa a área pertencente ao antigo Seminário Seráfico São Luís de Tolosa, que teve sua origem no Collegio Seraphico Santo Antônio, em Blumenau (Santa Catarina), fundado por padres franciscanos alemães.

O responsável pela instalação do Seminário em Rio Negrofoi o Cônego José Ernser e a pedra fundamental foi lançada em 1918, sendo a construção concluída e inaugurada em 3 de fevereiro de 1923, com 118 seminaristas vindos de Blumenau.

Ficou ativo até a década de setenta, sendo tombado comoPatrimônio Histórico e Cultural do Município em 1978. Do Seminário Seráfico fizeram parte figuras eminentes, tais como o Arcebispo Dom Evaristo Arns e Leonardo Boff.

Capela Cônego José Ernser

Fotos: Divulgação/reprodução/arquivo

Além da prefeitura, o parque abriga a Capela Cônego José Ernser, cujas pinturas murais foram feitas entre 1922 e 1935, por Pedro Cechet. O forro da capela é revestido pela técnica “estuque” (madeira entrelaçada e internamente revestida com argamassa). Possui elementos góticos (céu lateral) e românicos (abóbadas, arcos, forma das janelas).

A técnica utilizada no forro é óleo, nas laterais e rodapés a têmpera e a nave central apresenta pinturas à cal.

A capela passou por um processo de restauração em 2000 (gestão do saudoso prefeito Ary Siqueira), quando recebeu a denominação de Capela “Cônego José Ernser”, homenagem ao Pe. José Ernser, ex-vigário de Rio Negro chamado carinhosamente de “Construtor de Igrejas”.

O parque abriga também o Cine Teatro “Antônio Cândido do Amaral” que, assim como a Capela, recebeu pintura muraldo artista Pedro Cechet. Restaurado em 2002, ficou popularmente conhecido como “CineSeminário”.

Outro atrativo do parque, a “Casa Branca”, usada pelos franciscanos como casa de hóspedes, passou a ser o “Centro Ambiental”, voltado a desenvolver pesquisas científicas da flora e fauna locais, assim como promover a integração da comunidade com os recursos naturais do parque, que possui aproximadamente 4.830 metros, oferecendo aos turistas trilhas com diversos atrativos: gruta Nossa Senhorade Lourdes, Campo Santo (antigo cemitério dos Franciscanos) e a Capelinha de São José.

Outro atrativo do parque é a exposição das obras do artista Meinrad Horn,em palha de milho,  que constituem um presépio com cerca de 1.700 personagens, a “Cidade de Belém”, ocupando uma área de 50 metros quadrados. Além de “Passagens da Vida de Cristo”, com quarenta oratórios, compostos por mais de 800 personagens.

Ainda no parque se encontra o Museu “Professora Maria José França Foohs”, inauguradono dia 15 de novembro de 2002, no interior da edificação, onde funcionava a cozinha e os antigos refeitórios dos franciscanos.

O Museu resgata usos e costumes das mais diversas etnias que compõem o povo da região.

Os alemães

Em Rio Negro, onde existia um pequeno povoado com o nome de “Capela da Estrada da Mata” com 108 moradores em1828, localizaram-se famílias alemãs, que teriam embarcado no veleiro alemão Charlote Louise em 30 de junho de 1828, portanto de conformidade com os planos do Governo Imperial em atrair imigrantes europeus ao Brasil.

Apesar de terem aportado no Rio de Janeiro em 2 de outubro, somente em janeiro de1829 chegaram em Antonina, e seu destino foi alcançado em 6 de fevereiro de 1829. (NADALIN, 1969, p. 2).

Os alemães bucovinos

A origem dos bucovinos está na Baviera, estado autônomo do sul da Alemanha. Da região bávara, emigraram em fins do século XVIII um considerável número de famílias camponesas para colonizar algumas áreas da província austríaca da Boêmia (atual República Tcheca).

Nos anos de 1887 e 1888, os bucovinos emigraram em duas levas para o Brasil, mais especificadamente para Rio Negro, totalizando 377 pessoas divididas em 77 famílias.

Os poloneses

Em 1890, Rio Negro recebeu um considerável número de colonos poloneses que seguiram para a colônia Lucena, então pertencente a Rio Negro.

Marcaram definitivamente sua presença no município em1891, alojando-se primeiramente num barracão às margensdo Rio Negro, onde viviam com imigrantes de outras origens em difíceis condições.

Foram surpreendidos por uma enchente avassaladora, que causou a morte de vários colonos.

Posteriormente emancipada de Rio Negro através do Acordo de Limites entre Paraná e Santa Catarina, em 1916, a antiga colônia deu origem ao município de Itaiópolis, em Santa Catarina, que preserva até hoje as tradições polonesas. (com fonte da Wikipédia)

Seminário seráfico de Rio Negro

Homenagem de Trevo Auto Center para aniversário de Rio Negro

 

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