A proibição do trânsito de máquinas agrícolas nas rodovias estaduais e federais de Santa Catarina centrou o debate da audiência pública promovida pelo Parlamento catarinense no município de Papanduva, no Planalto Norte, na noite de segunda-feira (13).
A iniciativa integra uma série de consultas públicas promovidas pela Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Urbano da Alesc para debater o tema, a pedido do deputado Oscar Gutz (PL).
Além de Gutz, participaram do debate o prefeito de Papanduva, Jeferson Chupel; a presidente da Câmara de Vereadores de Papanduva, Sandra Aparecida da Silva; o promotor do Ministério Público Tiago Moura Furtado; representantes da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar. A iniciativa reuniu, ainda, produtores rurais, autoridades e populares.
O colegiado vem debatendo pelo estado a flexibilização para a circulação de máquinas agrícolas nas estradas federais e estaduais, principalmente, em regiões do agronegócio. O Código Brasileiro de Trânsito proíbe a circulação destes equipamentos nas rodovias. Com a restrição, as máquinas percorrem trajetos somente em carretas. Agricultores reclamam que a proibição está impactando o segmento com perdas de rentabilidade e produtividade.
No dia 6 de maio, o município de Campos Novos, no Oeste, inaugurou a série de debates que percorre ainda as cidades de Abelardo Luz, no Oeste (24 de maio); Sombrio, no Sul (28 de maio); e finalizando em Ituporanga, no Extremo Oeste (7 de junho).
Pauta federal
O deputado Oscar Gutz defende que esse debate seja levado, com urgência, para a Câmara dos Deputados. “Essas restrições impactam fortemente o setor agrícola catarinense. Por isso, essa iniciativa da Comissão de Agricultura, com o apoio do seu presidente, deputado Altair Silva, e de todo o Parlamento, é muito importante para ouvir as demandas dos agricultores. É preciso que esse debate chegue à Brasília”, pontuou o parlamentar, que quer apresentar essa pauta e sua conclusão para o Ministério da Agricultura.
Para o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Papanduva, Miguel Iankovski, a restrição está causando transtornos para a categoria.“Nós não estamos acostumados a trabalhar com caminhão. O produtor só trabalha com trator. Nunca deu acidente com trator. Lá nos Estados Unidos, o produtor circula de trator pelas estradas. Precisamos ter esse apoio aqui em nosso país. Nós sustentamos o Brasil há anos. E precisamos de apoio para trabalhar”, desabafou.
O prefeito Jeferson Chupel avaliou que o diálogo foi instaurado e esse é o primeiro passo para buscar um consenso. “Agradecemos a Alesc pela iniciativa. Tudo começa com a abertura desse diálogo. Temos que trazer segurança para o nosso agricultor, que precisa trabalhar e não pode ser penalizado. O setor agrícola responde pela economia de Papanduva e tem que ter apoio”, avaliou.
AGÊNCIA AL
